Santos vence Corinthians por 3 a 1 e termina sequência de 7 jogos sem vencer no Brasileirão 2025

Juliana Sousa - 31 out, 2025

Depois de mais de quatro anos sem vencer o Corinthians no Brasileirão, o Santos finalmente quebrou o jejum. Em uma noite de emoção no Estádio Vila Belmiro, o Peixe venceu por 3 a 1 no dia 15 de outubro de 2025, às 17h30 (horário de Brasília), diante de 13.123 torcedores, encerrando uma sequência de sete jogos sem vitórias contra o rival — quatro derrotas e três empates, com apenas um gol marcado e seis sofridos nesse período. O gol de Benjamin Rollheiser aos 55 minutos, da marca de pênalti, foi o gol da virada definitiva, e talvez o mais simbólico da temporada para a torcida santista.

Um jejum que pesava como uma pedra no peito

A última vitória do Santos sobre o Corinthians no Campeonato Brasileiro havia sido em 17 de fevereiro de 2021, quando Marcos Leonardo marcou o único gol em casa, sob o comando de Cuca. Desde então, o time da Vila sofreu. Não só em campo, mas na alma dos torcedores. Em sete jogos, o time não conseguiu sequer assustar o rival: apenas um gol anotado, seis sofridos, e uma média de 0,14 pontos por jogo. Era mais do que uma crise técnica — era uma crise psicológica. A torcida não acreditava mais. Os jogadores, pressionados. Os técnicos, questionados. Até que, na 28ª rodada, tudo mudou.

Os gols que reescreveram a história

O jogo começou como um pesadelo para o Corinthians. Aos quatro minutos, Zé Rafael recebeu passe de João Schmidt, driblou o zagueiro e finalizou com categoria. Foi o primeiro gol do Santos contra o Corinthians em mais de dois anos no Brasileirão. O estádio explodiu. Aos 39, Álvaro Barreal aproveitou um cruzamento mal cortado e desviou com a cabeça, deixando o placar em 2 a 0. O Corinthians, desorientado, parecia não saber como reagir. Aos 55, após uma falta na área sobre Rollheiser, o árbitro Flavio Rodrigues de Souza apitou pênalti. O argentino, com valor de mercado de R$ 65 milhões, mas que levava em média oito jogos para participar de um gol do Santos, cobrou com frieza. 3 a 0. O estádio cantava: "Santos, Santos, campeão!"

Quase como um reflexo de dor, Raniele descontou para o Corinthians aos 58 minutos, mas já era tarde. O time alvinegro, que entrava em campo com a vantagem de dois pontos na tabela (33 contra 31), viu sua liderança na briga por vaga na Libertadores desmoronar. O que parecia um jogo de equilíbrio virou uma lição de futebol em casa.

Escalações e mudanças que fizeram a diferença

O técnico do Santos, em um movimento ousado, trocou três jogadores antes dos 30 minutos. Victor Hugo entrou no lugar de Rollheiser aos 29', mas o argentino já havia feito sua parte. Willian Arão substituiu Zé Rafael aos 15', e Gustavo Caballero entrou por Guilherme Augusto aos 17'. Essas alterações não foram acidentais — foram estratégicas. O time de Santos jogou com mais intensidade, pressionou alto e não deu espaço. Já o Corinthians, com a mesma escalação inicial (curiosamente, com jogadores como Escobar, Peres e Frias atuando para ambos os times em diferentes momentos da carreira), parecia desligado. O técnico Vagner Mancini admitiu depois: "Entramos com a cabeça no jogo deles, não no nosso. E isso custou caro." Repercussão e impacto na tabela

Repercussão e impacto na tabela

O resultado colocou o Santos na 12ª posição com 31 pontos (8 vitórias, 7 empates, 12 derrotas), ainda na zona de rebaixamento, mas com a esperança de que o jogo contra o Corinthians fosse o início de uma nova fase. O Corinthians, com 33 pontos, caiu para a 11ª colocação. A diferença de apenas dois pontos agora é um fio de cabelo — e o moral do time sofreu um golpe devastador. A imprensa de São Paulo, que antes só falava de Palmeiras e Corinthians, agora começa a citar o Santos como possível candidato à volta à elite.

Na análise da UOL de 31 de outubro, Benjamin Rollheiser foi comparado a um "relógio suíço que só funciona depois de oito rodadas". Mas, neste dia, o relógio bateu exatamente na hora certa. Seu pênalti não foi só um gol — foi um sinal. Um sinal de que o Santos ainda tem fôlego para lutar. E que, mesmo em tempos difíceis, o Vila Belmiro ainda é um caldeirão.

O que vem a seguir?

O próximo jogo do Santos será contra o Taubaté, em casa, no dia 31 de outubro, com transmissão exclusiva pela UOL Play. Já o Corinthians enfrenta o Ceará fora de casa. Mas o verdadeiro desafio agora não é o adversário — é a própria pressão. A torcida santista, que lotou o estádio mesmo em meio à crise, espera que este seja o primeiro de muitos triunfos. Já os corintianos, que antes brincavam com a ideia de "não perder para o Santos", agora temem o que virá.

Um clássico que nunca morre — e agora voltou a viver

Um clássico que nunca morre — e agora voltou a viver

O clássico entre Santos e Corinthians é mais que um jogo. É história. É memória. É geração. E, em 15 de outubro de 2025, o Santos reescreveu parte dessa história. Não apenas por vencer — mas por recuperar a alma. Por mostrar que, mesmo quando tudo parece perdido, um gol, um pênalti e uma torcida que não desiste podem mudar tudo.

Frequently Asked Questions

Por que a vitória contra o Corinthians foi tão importante para o Santos?

A vitória encerrou uma sequência de sete jogos sem vitórias contra o rival no Brasileirão — quatro derrotas e três empates, com apenas um gol marcado e seis sofridos desde fevereiro de 2021. Isso representava uma crise psicológica para a torcida e pressão intensa sobre os jogadores. Vencer, especialmente em casa e com um placar contundente, restaurou a confiança e deu um impulso emocional crucial na luta contra o rebaixamento.

Qual foi o papel de Benjamin Rollheiser nessa partida?

Rollheiser, com valor de mercado de R$ 65 milhões, tinha média de oito jogos para participar de um gol do Santos. Nesta partida, ele marcou o terceiro gol, de pênalti, e foi o catalisador da virada. Sua atuação não foi apenas técnica — foi simbólica. Ele mostrou que, mesmo em momentos de baixa produtividade, pode decidir o jogo quando mais importa. O gol dele foi o primeiro pênalti convertido pelo Santos contra o Corinthians em quase uma década.

Por que o jogo foi marcado para as 17h30 e não para as 21h30 como anunciado inicialmente?

A CBF alterou o horário em 10 de outubro, em acordo com as emissoras e por questões logísticas de transmissão. A mudança foi confirmada pela ESPN Brasil e Meu Timão, apesar de veículos como a UOL terem publicado erroneamente o horário original. O horário da tarde permitiu maior participação da torcida local, que compareceu em número recorde para um jogo em meio à crise — 13.123 pessoas, o maior público do Santos desde maio de 2024.

Como o resultado afetou a situação dos dois times na tabela?

Antes do jogo, Santos tinha 31 pontos e estava em 12º lugar, enquanto Corinthians tinha 33 pontos e ocupava a 9ª posição. Após a derrota, o Corinthians caiu para 11º, e o Santos subiu para 10º, reduzindo a diferença para a zona de acesso. O resultado também abriu espaço para outros times, como Athletico-PR e Bahia, que podem aproveitar o momento de fraqueza do Corinthians para avançar na tabela.

O que o resultado significa para o futuro do técnico do Santos?

A vitória deu alento ao técnico, que estava sob forte pressão por causa dos resultados anteriores. Embora ainda não tenha garantido sua permanência, o desempenho contra o Corinthians foi visto como o primeiro sinal claro de que o time está se reestruturando. A diretoria afirmou que avaliará o restante da temporada, mas reconheceu que "a moral do grupo mudou" após o jogo. Se o Santos vencer os próximos três jogos, o técnico pode se tornar o herói da temporada.

Por que o Corinthians entrou tão desorganizado?

Especialistas apontam que o Corinthians entrou com uma mentalidade defensiva, pensando apenas em não perder — e não em vencer. Além disso, jogadores como Escobar e Peres, que já atuaram pelo Santos, pareciam desconectados emocionalmente. A equipe não pressionou, não criou chances claras e errou passes em situações simples. O técnico admitiu que "não tivemos identidade no campo". A derrota em casa, contra o rival histórico, pode ter consequências duras na próxima janela de transferências.

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