Perspectivas para a Black Friday 2024 no Brasil: crescimento modesto e desafios econômicos

Juliana Sousa - 29 nov, 2024

Ano desafiador para a Black Friday no Brasil

A Black Friday 2024 no Brasil surge em um cenário de otimismo cauteloso. De acordo com dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o evento promete gerar um faturamento de R$ 5,22 bilhões. Esse número representa um crescimento modesto de 0,4% quando comparado ao ano anterior, após ajustes pela inflação. Embora esse aumento tímido possa parecer decepcionante à primeira vista, ele reflete as complexidades do contexto econômico atual, marcado por um câmbio desfavorável e taxas de juros elevadas.

Os especialistas do CNC destacam que eletrônicos e móveis são as categorias que terão um papel crucial no volume total de vendas desta edição da Black Friday. Com expectativas de contribuição de R$ 1,2 bilhão cada, esses setores destacam-se como os motores principais da movimentação do comércio. Isso se deve à popularidade desses itens em promoções devido à sua alta demanda contínua, mesmo em tempos econômicos incertos. Por outro lado, roupas, calçados e acessórios devem somar cerca de R$ 1 bilhão, mostrando que os gastos com moda ainda mantêm sua relevância no orçamento do consumidor brasileiro.

Produtos com potencial de atração pelo preço

Um dos destaques frequentes da Black Friday são os significativos descontos oferecidos em determinados produtos, e 2024 não será diferente. Itens como ventiladores, relógios inteligentes e peças de vestuário feminino estão na lista dos que provavelmente exibirão as reduções de preço mais acentuadas. Essa expectativa alimenta o comportamento de caça às ofertas entre os consumidores que aguardam este período do ano para adquirir produtos que satisfazem necessidades imediatas ou desejos há muito reprimidos.

Os desafios econômicos, entretanto, são palpáveis. O alto câmbio e os juros elevados são fatores decisivos que podem limitar o poder de compra do consumidor e, por conseguinte, o crescimento das vendas. Ainda assim, a CNC prevê um incremento nas importações de bens de consumo duráveis e semiduráveis de aproximadamente 22% entre agosto e outubro, totalizando US$ 205,49 milhões. Esse aumento supera as expectativas econômicas e demonstra o apelo continuado desses produtos no mercado interno, mesmo diante de adversidades.

E-commerce em ascensão: uma luz no horizonte

E-commerce em ascensão: uma luz no horizonte

Apesar das dificuldades enfrentadas no varejo tradicional, o comércio eletrônico desponta como uma área de oportunidades. As projeções indicam um crescimento de 9,1% nas vendas online em comparação a 2023, potencialmente atingindo R$ 9,3 bilhões. Este aumento não só reflete as mudanças nos hábitos de consumo, com mais compradores optando pela conveniência e segurança das compras online, especialmente durante períodos de promoção, mas também demonstra a adaptabilidade do setor terciário brasileiro frente à transformação digital imposta por pandemias e crises econômicas recentes.

Outro aspecto relevante é que a Black Friday 2024 pode não se limitar a apenas um dia. Muitos varejistas têm adotado uma abordagem prolongada, oferecendo descontos ao longo do mês de novembro, o que pode ampliar as possibilidades de compras para os consumidores e espaçar o impacto sobre suas finanças pessoais. Essa estratégia também visa diluir o acúmulo de acessos e compras nos sites, evitando sobrecargas e melhorando a experiência do cliente.

Posição no calendário varejista brasileiro

No calendário comercial brasileiro, a Black Friday situa-se atualmente como a quinta data mais importante para o varejo, sendo superada apenas por Natal, Dia das Mães, Dia das Crianças e Dia dos Pais. Esta posição reflete tanto seu valor simbólico quanto financeiro, representando uma oportunidade única para as empresas impulsionarem suas vendas e esvaziarem estoques em preparação para o período festivo de fim de ano.

Com o evento previsto para oficialmente acontecer em 29 de novembro de 2024, é provável que o mercado testemunhe um aumento de campanhas publicitárias e de marketing dedicadas a alavancar as vendas. Resta observar como o cenário econômico e as estratégias de vendas irão impactar a disposição dos consumidores brasileiros e, em última análise, os números finais deste evento já tão consolidado no varejo nacional.

Comentários(20)

Eduardo Castaldelli

Eduardo Castaldelli

novembro 30, 2024 at 21:13

Black Friday 2024 vai ser mais do mesmo, mas pelo menos os eletrônicos estão baratos. Já comprei meu ventilador e nem precisei acordar às 3 da manhã.

Leandro Sabino

Leandro Sabino

dezembro 2, 2024 at 11:03

Opa, esse 0,4% de crescimento é tipo um suspiro de alívio no meio da tempestade. O povo tá com o bolso apertado, mas ainda tá caçando ofertas como se fosse caça ao tesouro. Ventilador, relógio inteligente, roupa feminina - isso aqui é o novo trio sagrado da Black Friday. E olha, o e-commerce tá dominando tudo, até o vizinho que nunca comprou online agora tá no carrinho de compras às 2h da manhã.

Júnior Soares

Júnior Soares

dezembro 4, 2024 at 06:12

Se o crescimento é só 0,4%, então não é crescimento, é um erro de cálculo. O brasileiro tá se endividando como se fosse um jogo de azar. E ainda falam que 'a economia tá melhor'. Não tá. Tá só mais criativa em enganar as pessoas.

Juliana Juliana Ota

Juliana Juliana Ota

dezembro 4, 2024 at 14:51

KKKKKKKKKKK o que é isso? R$ 5,22 bilhões? Sério? E eu ainda tô pagando parcela do celular da Black Friday passada 😭💸 #quemmeentende

Bruna Neres

Bruna Neres

dezembro 6, 2024 at 00:36

A Black Friday virou uma espécie de ritual de sacrifício econômico. A gente se entrega ao consumismo como se fosse uma oferenda aos deuses do mercado. E o pior? A gente acha que tá ganhando. Mas no fim, só ganham os algoritmos e os donos das plataformas. O resto? Só dívidas e arrependimentos.

geovana angie aguirre prado

geovana angie aguirre prado

dezembro 7, 2024 at 13:10

Ninguém tá pensando no que acontece depois da Black Friday? Todo mundo sai comprando, mas e a próxima fatura? E o cartão de crédito? E o empréstimo consignado que tá rolando? Isso tudo é um ciclo vicioso disfarçado de 'oferta imperdível'.

manu Oliveira

manu Oliveira

dezembro 8, 2024 at 18:07

e-commerce crescendo 9% isso é louco

Rodrigo Cazaroti

Rodrigo Cazaroti

dezembro 10, 2024 at 14:12

9,1% online? Claro. O povo tá tão desesperado que compra até o que não precisa só pra sentir que tá 'fazendo negócio'. O que é um relógio inteligente? Um brinquedo caro que te lembra que você é um escravo do tempo. 😎

Jackelyne Alves Noleto

Jackelyne Alves Noleto

dezembro 10, 2024 at 15:05

eu acho que a gente tá mudando sim... tem gente que tá mais esperta, que espera promoção real, que compara preço... e isso é bom. não é só consumismo cego, tá tendo um pouco de consciência também. mesmo que seja pouca.

Karine Soares

Karine Soares

dezembro 10, 2024 at 22:18

a Black Friday é só um jeito bonito de dizer que a gente tá endividado e ainda acha que é inteligente. o mercado sabe disso. ele tá só te dando um chocolate com veneno e chamando de 'oferta'.

Marcus Adogriba

Marcus Adogriba

dezembro 12, 2024 at 13:34

22% de importação? Isso é uma invasão. Nós temos indústria nacional, mas o povo prefere importado por causa da marca. Isso é vergonha. E o governo tá de braços cruzados.

Bruno Philippe

Bruno Philippe

dezembro 14, 2024 at 06:27

Sabe o que é mais importante nisso tudo? Que as pessoas não se sintam pressionadas. Se você não vai comprar nada, tá tudo bem. Se vai, que seja com consciência. A Black Friday não define seu valor. E se você tá comprando por impulso, talvez seja hora de parar e respirar. Ninguém te obriga. Ninguém te julga. Apenas cuida do seu bolso, do seu sono e da sua paz.

Ramon Bispo

Ramon Bispo

dezembro 15, 2024 at 23:35

Ah, então é isso que tá acontecendo? O povo tá comprando ventilador porque tá quente, mas na verdade tá só tentando esfriar a culpa de gastar demais. 😅

aline Barros Coelho

aline Barros Coelho

dezembro 16, 2024 at 23:50

O crescimento do e-commerce é reflexo da falha do varejo físico. Não é inovação, é sobrevivência. Quando o shopping fecha, o app vira o novo centro comercial. E o consumidor? Ele só quer conforto. E preço. E entrega rápida. O resto é marketing.

Aldo Henrique Dias Mendes

Aldo Henrique Dias Mendes

dezembro 17, 2024 at 11:52

Acho que a gente tá esquecendo de uma coisa: a Black Friday não é só sobre descontos. É sobre recompensa. A gente trabalha o ano inteiro, paga imposto, lida com inflação, e esse dia é como um 'ok, você merece'. Não é errado querer algo bom. Só é errado querer tudo. Então, compre com propósito. Não com medo de perder.

Soraia Oliveira

Soraia Oliveira

dezembro 18, 2024 at 11:09

R$ 1,2 bilhão em eletrônicos? Sério? E os brasileiros ainda acreditam que 'smart' significa 'inteligente'. Compra um relógio que conta passo e acha que tá virando atleta. É patético.

Larissa Lasciva Universitária

Larissa Lasciva Universitária

dezembro 19, 2024 at 09:46

O povo compra ventilador porque tá quente, mas na verdade tá fugindo da realidade. O calor não é só do clima, é da pressão, da dívida, da ansiedade. E a Black Friday é o anestésico coletivo. E quando acaba? A dor volta. E pior. Com juros.

Lucas Pedro

Lucas Pedro

dezembro 19, 2024 at 15:27

Vamos mudar esse jogo. Em vez de correr atrás de desconto, vamos criar uma Black Friday da Consciência. Compre só o que precisa. Apoie pequenos negócios. Troque, reutilize, recicle. A economia não precisa de mais consumo. Precisa de mais sabedoria.

Robson Oliveira

Robson Oliveira

dezembro 21, 2024 at 01:13

22% de importação? Tá vendo? É por isso que o real tá lá embaixo. O povo prefere chinês com logotipo americano a um produto nacional. E o governo? Ainda tá discutindo se o café da manhã é um direito humano.

Natalia Assunção

Natalia Assunção

dezembro 21, 2024 at 13:48

EU JÁ COMPREI MEU VENTILADOR E MINHA CALÇA NOVA E AINDA TENHO DINHEIRO PRA COMPRAR UM CAFÉ E ME SENTIR BEM 😌💖 #BLACKFRIDAYDAVIDA

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