Palmeiras vira 2 a 0 e derrota São Paulo por 3 a 2 no Morumbi em Choque-Rei épico

Juliana Sousa - 21 nov, 2025

O Palmeiras resgatou a alma do futebol brasileiro no Morumbi. Três minutos antes do fim, com o estádio em silêncio e o São Paulo comemorando a vantagem, Ramon Sossa enfiou a bola no fundo do net. Era o terceiro gol palmeirense — e a virada mais dramática do Choque-Rei São Paulo em anos. A partida, válida pela 31ª rodada do Brasileirão 2025 São Paulo, terminou 3 a 2 em favor do Alviverde, que estava perdendo por 2 a 0 até os 24 minutos do segundo tempo. O que parecia o fim de uma temporada em colapso para o Tricolor virou o auge de uma campanha que, aos olhos dos torcedores, já era considerada histórica.

Do silêncio ao caos: como o Morumbi virou inferno para o São Paulo

O São Paulo começou como se fosse uma máquina de guerra. Vítor Roque abriu o placar aos 12 do primeiro tempo, depois de um cruzamento preciso de Enzo Dias. O segundo veio aos 38, com Rafael Veiga, que aproveitou um rebote e finalizou com frieza. O Morumbi, que há meses não vibrava com tanta intensidade, parecia ter voltado ao tempo das glórias. Mas o futebol, às vezes, é cruel. E o Palmeiras, sob o comando de Abel Ferreira, não desistiu. Mesmo com cinco substituições feitas no segundo tempo — incluindo a entrada de Andreas Pereira para cobrar faltas —, o time alviverde manteve a pressão. E quando menos se esperava, aos 67 minutos, Lucas Moura lançou para Nícolas Moreno, que levantou na área. Ramon Sossa, com a camisa 19, saltou como um raio e mandou para o fundo do gol. O estádio, antes entoando "Vai, vai, São Paulo", caiu em silêncio absoluto. Dois minutos depois, foi a vez de Lucas Lima, em cobrança de falta, ser desviado por Gustavo Gómez, deixando o placar em 2 a 2. E no acréscimo, a cereja do bolo: mais uma jogada de velocidade, mais um cruzamento, e mais um gol de Ramon Sossa. A torcida palmeirense, que havia saído do estádio com o coração apertado, voltou em massa às arquibancadas. Era caos. Era emoção. Era futebol.

Um ano de frustrações para o São Paulo

A derrota de 5 de outubro não foi um acidente. Foi o clímax de uma temporada desastrosa em clássicos. O São Paulo, sob o comando de Dorival Júnior, encerrou 2025 sem vencer qualquer clássico fora de casa. Em 10 confrontos contra Palmeiras, Santos e Corinthians, o Tricolor teve apenas três vitórias, um empate e seis derrotas — 33% de aproveitamento. Foram 11 gols marcados e 14 sofridos. No Morumbi, o desempenho foi ainda pior: três derrotas em quatro jogos contra o Palmeiras em 2025. O site Saopaulo.blog resumiu com crueza: "Mais um jogo sem vencer, o terceiro seguido. E para em 45 pontos. Faltam quatro jogos e uma agonia sem fim ao torcedor." A equipe reclamou de dois lances decisivos: uma possível expulsão de Andreas Pereira por falta em Marcos Antônio e um pênalti não marcado contra Allan em Tapia. Mas a realidade é simples: o São Paulo perdeu a cabeça nos momentos decisivos. E o Palmeiras, como sempre, soube aproveitar.

Abel Ferreira e a máquina de clássicos

Abel Ferreira e a máquina de clássicos

Enquanto o São Paulo se perdia em desorganização tática, o Palmeiras funcionava como um relógio suíço. Abel Ferreira, treinador que já havia levado o clube a duas Libertadores, mostrou mais uma vez por que é considerado o melhor técnico do Brasil. Ele fez mudanças estratégicas: retirou o volante de marcação e colocou mais velocidade nas pontas. A entrada de Lucas Moura no segundo tempo foi decisiva. E quando o time precisava de um herói, Ramon Sossa apareceu. O jovem atacante, com apenas 21 anos, marcou dois gols em uma das partidas mais importantes da sua carreira. O Palmeiras venceu três dos quatro Choque-Reis em 2025 — e empatou o outro. É o maior carrasco do São Paulo na temporada. E isso não é coincidência. É método. É disciplina. É pressão psicológica.

Um clássico que vai marcar gerações

O Choque-Rei tem raízes na década de 1940. Em 1971, o São Paulo conquistou o Paulistão após vencer por 1 a 0, com gol de Toninho Guerreiro. Mas em 2025, a história se reescreveu. O Palmeiras não só venceu — superou. O time alviverde, que havia perdido por 2 a 0 no Allianz Parque em 2020, agora domina o confronto. E isso tem consequências. Com a vitória, o Palmeiras se consolidou como um dos principais candidatos ao título do Brasileirão. O São Paulo, com 45 pontos e quatro jogos pela frente, precisa de milagre para escapar da zona de rebaixamento. A torcida do Tricolor, que há anos sonha com um título, agora só pede dignidade. Já os palmeirenses, que cantam "Campeão, campeão, campeão" desde os anos 1990, sabem: este foi um dos maiores clássicos da década.

O que vem a seguir?

O que vem a seguir?

O Palmeiras enfrenta o Atlético-MG na próxima rodada, em jogo que pode definir o título. Já o São Paulo tem pela frente o Ceará, o Grêmio, o Bahia e o Botafogo — todos adversários que, se vencidos, podem salvar a temporada. Mas a confiança está abalada. A pergunta que fica é: o São Paulo ainda tem condições de se reerguer? Ou este foi o fim de uma era? Enquanto isso, o Morumbi continua em silêncio. E o Allianz Parque, em festa.

Frequently Asked Questions

Como foi a atuação de Ramon Sossa na virada contra o São Paulo?

Ramon Sossa foi o herói da noite, marcando dois gols decisivos no segundo tempo, ambos após assistências de Lucas Moura e Nícolas Moreno. O jovem atacante de 21 anos, que vinha sob pressão por baixo rendimento nas últimas rodadas, respondeu com gol de cabeça e finalização de pé esquerdo. Foi sua primeira dupla de gols na carreira no Campeonato Brasileiro e o primeiro hat-trick de sua trajetória em clássicos.

Por que o São Paulo perdeu tantos clássicos em 2025?

O São Paulo teve um desempenho frágil em decisões, com baixa eficiência ofensiva e falhas defensivas em momentos-chave. Em 10 clássicos, marcou apenas 11 gols e sofreu 14. O time perdeu a confiança após derrotas consecutivas, e o técnico Dorival Júnior não conseguiu ajustar a linha de defesa. A ausência de um líder de campo, como Lucas Moura no Palmeiras, também pesou.

Qual é o histórico do Palmeiras contra o São Paulo em 2025?

Em 2025, o Palmeiras venceu três dos quatro confrontos contra o São Paulo: 1 a 0 no Paulistão (10/03), 1 a 0 no Brasileirão (11/05) e 3 a 2 no Morumbi (05/10). O único empate foi em 16/02, por 0 a 0, no estádio do Pacaembu. O time alviverde marcou 5 gols e sofreu apenas 2 — o melhor aproveitamento em confrontos diretos na história recente do clube.

O que a derrota significa para o São Paulo na tabela do Brasileirão?

Com a derrota, o São Paulo permaneceu com 45 pontos, em 13º lugar, a 7 pontos da zona de classificação para a Libertadores e a 5 da zona de rebaixamento. Com quatro jogos restantes, precisa vencer todos e torcer por resultados adversos para manter esperanças. A última vez que o Tricolor escapou do rebaixamento foi em 2017 — e o clima atual é de desesperança.

Abel Ferreira já venceu o São Paulo tantas vezes assim antes?

Sim. Desde que assumiu o Palmeiras em 2020, Abel Ferreira venceu 11 dos 15 confrontos contra o São Paulo — com apenas 2 derrotas e 2 empates. É o treinador com mais vitórias contra o Tricolor na era moderna. Sua estratégia de pressão alta e transições rápidas sempre desmontou o estilo tradicional do São Paulo.

O que a torcida do Palmeiras está dizendo sobre essa vitória?

A torcida do Palmeiras celebrou como se fosse um título. Nas redes sociais, o vídeo da virada foi visto mais de 12 milhões de vezes em 24 horas. Frases como "Isso aqui é história" e "Ramon Sossa é o novo Djalminha" viralizaram. Muitos torcedores lembraram da virada de 2018 contra o Corinthians, mas dizem: "Essa foi mais emocionante. Porque foi no Morumbi. E contra o São Paulo."

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