Copa Libertadores 2025: Palmeiras domina o River em Buenos Aires e Racing vence o Vélez fora

Juliana Sousa - 19 set, 2025

Palmeiras faz 2 a 1 no Monumental e leva a série nas mãos

Dois visitantes calaram Buenos Aires nas quartas de final da Copa Libertadores 2025. No Monumental de Núñez, o Palmeiras derrotou o River Plate por 2 a 1 e voltou para São Paulo com a vantagem que todo time sonha em ter. Em Liniers, o Racing venceu o Vélez por 1 a 0 no José Amalfitani e também chega à volta com o placar a favor.

O roteiro em Núñez teve um primeiro tempo que mostrou um Palmeiras firme, intenso e muito confortável em jogos grandes. A equipe brasileira marcou alto nos minutos iniciais, empurrou o River para o próprio campo e aproveitou as bolas paradas e as transições rápidas para construir o placar. O zagueiro Gustavo Gómez abriu o marcador ao aproveitar uma sobra na área após cobrança de escanteio. Pouco depois, Vitor Roque apareceu como referência de velocidade: arrancou nas costas da defesa e ampliou, coroando um início de partida quase perfeito do Verdão.

Com 2 a 0 contra, o River demorou a se encontrar. O time argentino até circulou a bola, mas esbarrou na proteção da zaga palmeirense e em um meio-campo que mordia o tempo todo, fechando linhas de passe. As melhores alternativas vieram em inversões para as pontas e em cruzamentos buscando presença de área. A reação, porém, só ganhou corpo na reta final da segunda etapa, quando o empurra-empurra das arquibancadas virou combustível e a equipe da casa adiantou de vez a marcação.

O prêmio pela insistência saiu nos minutos finais. Lucas Martínez Quarta, em chegada de área típica de quem não desiste do lance, descontou e reacendeu o Monumental. O 2 a 1 mudou o tom do pós-jogo: de um lado, alívio por manter a série viva; do outro, a sensação de que ficou barato para quem teve a faca e o queijo na mão no primeiro tempo.

Para o jogo de volta, marcado para 24 de setembro, às 21h30 (de Brasília), no Allianz Parque, o cenário é claro. Não há mais gol qualificado na regra da competição: o Palmeiras avança com vitória ou empate no placar agregado; se o River vencer por um gol de diferença no total, a disputa vai para os pênaltis; triunfo argentino por dois gols ou mais classifica os visitantes no tempo normal. Em casa, onde costuma impor ritmo e pressão desde o apito inicial, o Verdão terá a chance de controlar o relógio e explorar os espaços que um River mais agressivo tende a deixar.

Taticamente, a missão do River passa por corrigir a exposição entre zaga e meio quando perde a bola — foi ali que o Palmeiras atacou com mais perigo. Ao mesmo tempo, o time brasileiro precisa repetir a consistência nas segundas bolas e proteger a área nas bolas alçadas, um recurso que o River usa com frequência em momentos de aperto. Outro ponto que pode pesar: a bola parada defensiva do River sofreu, e a do Palmeiras é uma arma recorrente.

Racing segura o Vélez e decide no Cilindro com vantagem mínima

Racing segura o Vélez e decide no Cilindro com vantagem mínima

Em Liniers, a história foi de controle e eficiência do Racing. Num duelo argentino amarrado, decidido no detalhe, a equipe de Avellaneda venceu o Vélez por 1 a 0 no Amalfitani. O gol saiu cedo na segunda etapa, com Emmanuel Martínez finalizando uma jogada trabalhada por dentro, após roubada no meio e aceleração ao espaço. A vantagem pequena, mas valiosa, altera a dinâmica do jogo de volta no Cilindro.

O primeiro tempo foi estratégico: muitas faltas táticas, marcação encaixada e pouco ar para quem tentava construir pelo chão. O Vélez tentou chamar o jogo para os lados, cruzando bolas na direção de seu centroavante, enquanto o Racing apostou em triangulações curtas para escapar da pressão. Quando precisou sofrer sem a bola, a equipe visitante recuou as linhas, encurtou o campo e deixou o adversário girar longe da área.

Com a vantagem no bolso após o intervalo, o Racing baixou o ritmo e escolheu melhor quando acelerar. O Vélez respondeu com mais gente no ataque e algumas finalizações de média distância, mas faltou capricho no último passe. A sensação foi de que a partida ficou no limite: quem abrisse o placar teria grande chance de controlar o resultado, e foi exatamente o que aconteceu.

Na volta, em Avellaneda, o cálculo é direto. Sem gol qualificado, o Racing passa com empate ou vitória no agregado; se o Vélez ganhar por um gol no total, a decisão vai aos pênaltis; triunfo por dois gols ou mais dá a classificação ao time visitante no tempo normal. O ambiente no Cilindro costuma empurrar o Racing para uma pressão inicial, mas a equipe não deve abrir mão do plano que funcionou: linhas compactas, agressividade na disputa e transições com poucos toques.

O Vélez, por sua vez, precisa afiar o último terço: cruzamentos mais precisos, infiltrações de trás e melhor ocupação da segunda bola na meia-lua. Contra um rival que se fecha bem, chutar com qualidade de fora da área e trabalhar jogadas ensaiadas em escanteios e faltas laterais pode ser o atalho.

Com as duas séries abertas, a semana de decisão promete jogo grande e nervos à flor da pele. O Palmeiras ganhou margem para administrar, mas não o direito de relaxar diante de um River que cresce em cenário hostil. O Racing volta para casa com uma vantagem que muda o humor da arquibancada e obriga o Vélez a se expor. É o tipo de quartas que a Libertadores adora: margem curta, detalhes que pesam e heróis que aparecem quando o relógio aperta.

Escreva um comentário